Luther Blisset

In 1994, hundreds of European artists, activists and pranksters adopted and shared the same identity.
They all called themselves Luther Blissett and set to raising hell in the cultural industry. It was a five year plan. They worked together to tell the world a great story, create a legend, give birth to a new kind of folk hero. In January 2000, some of them regrouped as Wu Ming.
The latter project, albeit more focused on literature and storytelling in the narrowest sense of the word, is no less radical than the old one.

Fonte:http://www.lutherblissett.net/

Em meados dos anos 90, activistas autonomistas italianos usaram o nome de Luther Blisset e forjaram um pseudónimo colectivo (usado por activistas de vários continentes) para realizar determinadas ações no quadro da guerrilha mediática.

Este estranho colectivo produziu um conjunto de acções que enganou os media institucionais, criando uma série de eventos (factóides) que os media passaram a atribuir a um misterioso Luther Blisset.
“Na Itália, no período 1994-1999, o chamado Luther Blissett Project (network mais organizado no seio da comunidade aberta que utiliza o pseudónimo) adquire notoriedade torna-se uma lenda, uma espécie de herói popular, um Robin Hood da era da informação que organiza enganos, passa notícias falsas aos media, coordena heterodoxas campanhas de solidariedade a vítimas da repressão, etc. O romance Q é redigido em 1996-98 por quatro membros do grupo bolonhês do LBP (Luther Blissett Project), sendo publicado pela editora Einaudi, em Março de 1999. Nos anos seguintes, é traduzido para o inglês, espanhol, alemão, holandês, francês, português, dinamarquês e grego”, como se pode ler na Wikipedia, versão portuguesa.

Mas vamos então por partes: guerrilha mediática? Acções? E claro, Luther Blisset?
A guerrilha mediática é só um momento da comunicação guerrilha, que por sua vez é uma parte da mais extensa guerrilha cultural para a conquista da hegemonia, é, pelo menos, o que garante o livro “Guerrilha Psíquica” de Luther Blisset.

Esta guerrilha de “novo tipo” não é uma alternativa. Esta praxis baseia-se no pressuposto que é possível agir dentro do sistema mediático subvertendo as suas intenções e aproveitando as suas taras sensacionalistas. A “guerrilha mediática” não pretende revelar a “verdade verdadeira” que os media oficiais nos escondem. A prática eficaz destas acções subversivas exige o abandono da teoria da conspiração e do big brother. Toda a gente sabe que os media oficiais mentem! Toda o mundo conhece as razões objectivas e subjectivas que produzem esta mentira. Mais do que denunciar a mentira, a guerrilha mediática pretende tornar a mentira ridícula. Abandonar toda a recriminação e adoptar uma prática lúdica que mande um retrovírus para o sistema.

A guerrilha pretende demonstrar, à saciedade e à sociedade, as taras e os traumas dos medias institucionais, o guerrilheiro coloca-se na posição do judoca que usa a força do adversário para o projectar.

Aqui ficam alguns dos relatos das ações:
No Verão de 1994, os jornais de Bolonha começam a ser inundados por muitas cartas de leitores chocados por encontrarem nas ruas entranhas de animais.
Várias pessoas testemunham que um jovem entra em convulsões e retira das calças um intestino (de carneiro) em sangue. Os acontecimentos sucedem-se e os jornais começam a falar do estranho fenómeno do “horrorismo”, psicólogos, sociólogos, comentadores habituais são chamados aos media, e escrevem e peroroam sobre o assunto. Em carta mandada aos jornais um tal de Luther Blisset denuncia: o “horrorismo” nunca existiu, tudo não passou de um pequeno conjunto de acções feitas pelo próprio.

Fonte: http://5dias.net/2006/09/22/o-guerilheiro-luther-blisset/

Mais: http://www.wumingfoundation.com/

Gostaria aqui de fazer uma indicação de leitura em escrita coletiva – da Karla Brunet : Apropriações tecnológicas, emergência de textos, idéias e imagens do submidialogia # 3.

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